Por Cleciane Vieira
Radegundis Tavares é o primeiro brasileiro eleito presidente executivo da principal associação dedicada aos trompistas do mundo: a International Horn Society. A indicação foi feita pelo Conselho Consultivo da organização, no dia 08 de agosto de 2021. O trompista aceitou o convite e assumiu o cargo durante o anúncio oficial na reunião geral da associação no dia 13 de agosto.
Fundações como a International Horn Society são criadas para promover o instrumento, novas composições, competições, recursos educacionais, além de promover os instrumentistas em benefício da música e valorização da arte. As associações promovem o intercâmbio a partir dos eventos, para além disso, os vínculos ajudam a popularizar o instrumento.
“A importância da associação vem da força institucional, vem das propostas inclusivas que contemplam a diversidade de pessoas. São esses vínculos que abrem portas para cultura e desenvolvimento de jovens que sonham com a carreira de trompista. O investimento público e o trabalho feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte junto com a criação da associação nacional vem contribuindo para o desenvolvimento da área e para o reconhecimento do país ao restante do mundo”, diz Radegundis Tavares.
Radegundis é professor efetivo de Trompa na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte desde 2008; atuou como presidente-fundador da Associação de Trompistas do Brasil entre 2013 e 2015; gravou três álbuns, sendo o último solo lançado em 2019 intitulado como “Sounds from my home”, trabalho transcrito das obras de Bach, Paganini e Arban; coordenou os dois primeiros “Encontros Brasileiros de Trompa” que aconteceram com o apoio da UFRN em 2013 e 2014 e o primeiro “Simpósio Internacional de Trompa na América Latina” (49ª edição), realizada em Natal, em 2017. Este último sendo uma ótima consequência dos primeiros eventos nacionais nos anos anteriores.
Antes de ser convidado à presidência da International Horn Society, Radegundis já era membro do Conselho Consultivo do IHS desde 2017, sendo o 2º sul-americano a ocupar esta posição. A associação é a mais conhecida no meio dos trompetes, são cerca de 3.000 sócios de mais de 50 países. Não há dúvidas que o trabalho feito por Tavares opera de maneira direta na ascensão do instrumento no Brasil. Sua pesquisa, coordenação de projetos e performances em prol da arte, contribuem para fortificar as raízes da classe musical.
“A trompa ainda está bem distante da realidade dos jovens brasileiros, ainda não é um instrumento popular, mas com esse envolvimento com as associações internacionais e bons investimentos, é algo que tem mudado. Todas as iniciativas promovem conexões entre as pessoas que querem ter o conhecimento e as pessoas que tem o ensinamento para oferecer”, finaliza Tavares.