Orquestra Aldo Parisot faz estreia em Natal

O auditório da Escola de Música da UFRN será palco de uma estreia especial: a Orquestra de Meninas Aldo Parisot, um projeto criado com estudantes de escolas públicas de Caicó e Jucurutu, fará sua primeira apresentação na capital potiguar, neste sábado (13), às 18h. Será a maior exibição de uma iniciativa pioneira que tem transformado a vida de jovens do interior do estado.

A orquestra é resultado do projeto Aldo Parisot, criado em 2022 para homenagear o renomado violoncelista potiguar. A iniciativa, inédita no Seridó, oferece ensino sistemático e gratuito de violino, viola e violoncelo para meninas da rede pública, com idades entre 10 e 15 anos. Em pouco mais de dois anos, o projeto já formou mais de 100 jovens de Caicó e Jucurutu, provando que a arte pode ser um poderoso motor de transformação social.

O projeto recebeu a doação de 52 instrumentos musicais e abriu as portas para jovens terem acesso à formação musical. O repertório mostrará ao público o resultado da disciplina e da dedicação das jovens musicistas. A estreia da orquestra de meninas em Natal é a prova da força do projeto, que leva o talento do Seridó para um dos principais palcos culturais da capital – além de promover o protagonismo feminino na música.

Fonte: Tribuna do Norte

Concurso Jovens Solistas Aldo Parisot 2021: aluna da EMUFRN vence etapa estadual em primeiro lugar

Por Cleciane Vieira

A aluna da Escola de Música da UFRN, Samira Rodrigues, de 19 anos, venceu a etapa estadual do Concurso Jovens Solistas Aldo Parisot 2021. A jovem conquistou seu tão merecido primeiro lugar tocando Elegie, de Gabriel Faure, e foi com essa apresentação que garantiu a vaga na etapa nacional.

Quando criança, Samira sonhava em ser engenheira química, mas também era apaixonada por música. “Sem eu perceber, apesar de não entender, eu parava para escutar a rádio que sempre tocava artistas como Ennio Morricone, e isso eu agradeço muito a minha avó, porque sem perceber ela foi me induzindo a este caminho”, conta.

Em 2012, já na quinta série, Samira conheceu um professor de música da ONG Oficina dos Sonhos que ofereceu em sua escola oportunidades para aulas de instrumentos gratuitamente. “Eu fiz o teste para entrar e passei, no começo eu desejava violino, mas quando eu ouvi o som do violoncelo, eu senti ali naquele momento que era meu instrumento, aquele era o que eu queria!”, diz.

Em 2016, Rodrigues passou em primeiro lugar no curso técnico de violoncelo da EMUFRN e em 2019 entrou através do ENEM para licenciatura em Música, também na UFRN. Devido a pandemia, a violoncelista enfrentou algumas adversidades para dar continuidade aos estudos. “2020 particularmente foi um ano difícil, veio o desânimo, parei de praticar o violoncelo por um tempo, mas depois fui tendo forças e voltei a estudar”, lembra.

O concurso foi divulgado e Samira recebeu muito incentivo de pessoas que a rodeia, e ela agarrou a chance. “Em 2021 surgiu essa oportunidade, e meus professores me incentivaram a participar do concurso. Eu estava com muito medo de tocar publicamente, sempre via as publicações quando abriam as inscrições, mas nunca me batia aquela coragem de me inscrever porque me sentia inferior, me sentia sem nível o bastante para isso”, lamenta.

 Apesar do medo ter feito com que ela se sentisse vulnerável, ela teve pessoas incríveis para lhe dar todo apoio. “Um dia antes de gravar a peça para enviar [no ato da inscrição], eu chorei muito por causa da insegurança, mas durante a gravação, minha irmã, que é violinista, me acompanhou e me deu coragem naquele momento”, conta.

Antes do tão esperado dia, ela recorda alguns episódios que antecederam o resultado. “Eu passei algumas noites acordada só mandando o link da votação para as pessoas, mas como sou cristã orava direto entregando nas mãos de Deus, eu pensava que não ia nem mesmo chegar ao segundo lugar, mas quando vi que era uma das finalistas eu fiquei boquiaberta, demorei a entender que era real, eu estava como finalista!!!”, relata.

No dia em que recebeu o resultado final, Samira transbordou de sentimentos bons. “Durante o resultado eu suei frio. Quando ouvi meu nome duas vezes, eu quis gritar de alegria e chorar de emoção, foi uma conquista enorme para mim, a realização de um sonho de muito tempo!!!”, relembra. Hoje em dia Samira é professora na ONG em que fez seu primeiro curso de violoncelo e se apaixonou pelo instrumento, no local ela dá aula para crianças entre 10 a 15 anos de idade.

 “Voltar na ONG como professora foi como estar exatamente no lugar da minha primeira professora de violoncelo, é como se eu me visse nas crianças de lá, e isso me inspira e me dá mais esperanças na nossa geração, me faz querer ver aquelas crianças chegarem tão longe quanto eu cheguei e ainda vou chegar em nome de Jesus! Eu amo a ONG e as pessoas que a compõe, é como uma segunda casa pra mim, uma segunda família!”, finaliza.