A Professora Nan Qi, da Escola de Música da UFRN, apresentou-se no GRASP Festival, na Dinamarca, como parte do CReArC (Center for Research on Artistic Citizenship), uma rede de pesquisadores sobre educação musical da qual ela é uma das fundadoras e que também reúne professores da University of Texas at Austin, Uppsala University, TechnicalUniversity of Kenya, RytmiskMusikkonservatorium e Universidade de Brasília.
O convite para participar do evento veio do Rytmisk Musikkonservatorium, e também incluiu uma sessão com alunos de pós-graduação de várias universidades dinamarquesas e várias reuniões sobre um livro que o CReArC está preparando para publicação em breve.
Aos 15 anos, Isadora Rezende, aluna do Curso Técnico em Música da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), alcançou o primeiro lugar na categoria Niños y Adolescentes do Concurso Internacional Parnassus de la Música. O evento foi promovido na modalidade virtual, no período de 8 a 12 de novembro, e direcionado para pianistas da América Latina com idades entre 5 e 25 anos. A iniciativa foi da Universidade Nacional de Música, em parceria com a Associação Parnassus de Música e a Sociedade homônima.
Ensaio, Música Instrumental nas Escolas, 2021 – Foto @luanatayze
Isadora carrega no sangue o amor e a afinidade pela arte. Fernanda Ferreira, mãe da pianista e bacharel em Música, explica que sua família é formada por ex-alunos da EMUFRN e, por isso, a filha teve desde pequena a oportunidade de frequentar concertos e conhecer o universo da musicalidade. “Quando começou a estudar piano, tocar era a primeira e a última atividade do seu dia. Acordava cedinho e corria para o piano; chegava da escola e ia tocar piano; antes de dormir, tocava mais um pouco. Certamente, o piano foi seu ‘brinquedo’ preferido na infância”, conta Fernanda.
A trajetória de Isadora na EMUFRN teve início aos seis anos, quando ingressou no Curso de Iniciação Artística (Ciart), e hoje ela conta com quase 10 anos de atuação na Escola. Fernanda guarda boas recordações dos primeiros passos da filha e afirma que eles foram essenciais para que a jovem conhecesse a música de forma lúdica, afetiva e sólida. “Uma história linda com a instituição, que verdadeiramente a formou como musicista”, complementa.
O concurso Parnassus de la Música foi informado à Isadora por meio de uma amiga da classe de piano, e Fernanda esclarece que a seleção significou um verdadeiro desafio. “Ele era composto de três etapas com repertórios distintos. Cada etapa implicava o envio de gravações da performance do candidato. Nas duas últimas etapas, semifinal e final, o vídeo deveria ser contínuo, sem cortes, como acontece num recital. O primeiro com 15 minutos, o segundo com 25 minutos. E, claro, não são aceitas edições de nenhuma natureza”, explica a musicista.
Para se preparar para o evento, Isadora contou com a ajuda de Guilherme Rodrigues, professor desde 1995 na EMUFRN que vem acompanhando sua trajetória há oito anos na instituição. De acordo com Rodrigues, a conquista da aluna é motivo de muita felicidade e reflete o trabalho da Escola de Música em busca da aprendizagem eficiente. “A Escola tem apoiado toda a manifestação do ensino, seja na parte teórica, seja na parte da performance. A Escola é um universo que está sempre atento para se atualizar com o mundo da música não só dentro dos seus muros, mas também fora deles”, ressalta o professor.
Além da primeira colocação, Isadora foi a única de sua categoria a ganhar o Prêmio BECA FGCU, que concedeu a alguns candidatos uma bolsa integral de graduação. Fernanda afirma que Isadora ficou muito feliz com a conquista e seus esforços sempre buscam honrar a música da melhor forma possível. Na ótica de Guilherme Rodrigues, o êxito da aluna e o trabalho desenvolvido pela EMUFRN trazem grande satisfação. “Eu espero que a Escola continue nesse caminho, pois, assim como Isadora Rezende, há muitos valores no corpo geral da Escola de Música que vão nos trazer muita alegria e orgulho”, complementa.
Fernanda reforça que o trabalho de Isadora é fruto de muito estudo, dedicação e superação, cujo resultado é avaliado por professores experientes e músicos sensíveis. “Então ter a chancela de seu trabalho, de sua dedicação, é certamente o melhor prêmio. Uma sensação de estar construindo um caminho bonito, de beleza e música. Mas, claro, as premiações são bem-vindas, em especial as que possibilitam caminhos de crescimento e mais estudo. São conquistas que a aproximam do sonho de ser uma ótima pianista”, finaliza.
Radegundis Tavares é o primeiro brasileiro eleito presidente executivo da principal associação dedicada aos trompistas do mundo: a International Horn Society. A indicação foi feita pelo Conselho Consultivo da organização, no dia 08 de agosto de 2021. O trompista aceitou o convite e assumiu o cargo durante o anúncio oficial na reunião geral da associação no dia 13 de agosto.
Fundações como a International Horn Society são criadas para promover o instrumento, novas composições, competições, recursos educacionais, além de promover os instrumentistas em benefício da música e valorização da arte. As associações promovem o intercâmbio a partir dos eventos, para além disso, os vínculos ajudam a popularizar o instrumento.
“A importância da associação vem da força institucional, vem das propostas inclusivas que contemplam a diversidade de pessoas. São esses vínculos que abrem portas para cultura e desenvolvimento de jovens que sonham com a carreira de trompista. O investimento público e o trabalho feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte junto com a criação da associação nacional vem contribuindo para o desenvolvimento da área e para o reconhecimento do país ao restante do mundo”, diz Radegundis Tavares.
Radegundis é professor efetivo de Trompa na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte desde 2008; atuou como presidente-fundador da Associação de Trompistas do Brasil entre 2013 e 2015; gravou três álbuns, sendo o último solo lançado em 2019 intitulado como “Sounds from my home”, trabalho transcrito das obras de Bach, Paganini e Arban; coordenou os dois primeiros “Encontros Brasileiros de Trompa” que aconteceram com o apoio da UFRN em 2013 e 2014 e o primeiro “Simpósio Internacional de Trompa na América Latina” (49ª edição), realizada em Natal, em 2017. Este último sendo uma ótima consequência dos primeiros eventos nacionais nos anos anteriores.
Antes de ser convidado à presidência da International Horn Society, Radegundis já era membro do Conselho Consultivo do IHS desde 2017, sendo o 2º sul-americano a ocupar esta posição. A associação é a mais conhecida no meio dos trompetes, são cerca de 3.000 sócios de mais de 50 países. Não há dúvidas que o trabalho feito por Tavares opera de maneira direta na ascensão do instrumento no Brasil. Sua pesquisa, coordenação de projetos e performances em prol da arte, contribuem para fortificar as raízes da classe musical.
“A trompa ainda está bem distante da realidade dos jovens brasileiros, ainda não é um instrumento popular, mas com esse envolvimento com as associações internacionais e bons investimentos, é algo que tem mudado. Todas as iniciativas promovem conexões entre as pessoas que querem ter o conhecimento e as pessoas que tem o ensinamento para oferecer”, finaliza Tavares.